Tradições que colorem Mato Grosso

CURURU e SIRIRI são expressões populares cujas origens remontam há mais de 200 anos e se confundem com a própria história de Mato Grosso. Mas não foram preservadas até os dias de hoje em livros ou museus. Sobreviveram graças à tradição oral passada de geração para geração até chegar aos dias atuais.

Nasceram rio acima e rio abaixo. Cresceram no terreno fértil dos quintais pantaneiros e se alimentaram da fé popular em homenagear seus santos, respeitar a vida e o cultivar a amizade.

Foram, assim, mansamente, vencendo o preconceito da sociedade abastada. Hoje colorem os quintais ribeirinhos para ensaios entusiasmados, sem remuneração financeira, movidos pelo sonho de conquistar o mundo numa explosão de alegria, cor e movimentos que nos falam das nossas heranças africanos, indígenas, espanholas e portuguesas.

A herança africana está no ritmo marcado pelos instrumentos de percussão.  As vozes estridentes, a roda e o cântico monótono lembram ameríndias canções. As culturas espanhola e portuguesa dão o sentido religioso às letras que cantam a vida dos ribeirinhos, revelando suas crenças mais sagradas e profanos segredos.

E o mundo começa a se interessas por essas belas expressões culturais traduzidas em rituais tão multicoloridos quanto multiculturais – como a própria colonização mato-grossense.

Os grupos que mantém vivas essas tradições se apresentam num grandioso  espetáculo que prende a atenção pelo encantamento dos versos, passos, sequencias e ritmos, capazes de despertar para o transe e a consciência de uma ancestralidade latente, a qual ninguém consegue ficar indiferente.

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